O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, esteve em Brasília entre os dias 8 e 9 de fevereiro para audiências com quatro ministros e iniciou uma série de articulações para o estabelecimento de parcerias entre a Universidade e as várias áreas do governo.
Meirelles se encontrou com o ministro da Educação, Camilo Santana, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, com a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
“Todas as nossas conversas foram no sentido de manifestar nossa disponibilidade para parcerias, de estreitar os laços de colaboração para o desenvolvimento de projetos e atividades conjuntas”, explicou o reitor, que viajou acompanhado da superintendente do Hospital das Clínicas da Unicamp, Elaine Ataíde.
Para o reitor, as visitas foram importantes para tornar mais fluida a relação com o governo, deixando clara a disposição da Universidade em colaborar.
No Ministério da Educação, o reitor conversou com o ministro sobre a ampliação do papel das licenciaturas e o quanto isso poderá contribuir para a melhoria da qualidade do ensino público.
“Um exemplo que já existe e poderia ser ampliado é o da residência pedagógica. Esse mecanismo poderia ter uma abrangência maior junto ao ensino médio. Temos várias licenciaturas técnicas — física, química, matemática, algumas específicas, como enfermagem, educação física, e muitas outras nas áreas de humanas. O que sugeri é que os alunos dos nossos cursos poderiam desempenhar papéis junto a escolas do ensino público e que isso também fosse um elemento de auxílio na sustentação a alunos cotistas dessas especialidades. O objetivo seria, além de contribuir para melhorar o ensino público, aumentar a força dos programas de permanência nas universidades”, argumentou o reitor.
“Desta forma, teríamos uma política pública ampliada, ajudando a resolver questões que vão desde a melhoria na qualidade do ensino público pré-universitário até a manutenção de estudantes de baixa renda nas universidades”, acrescentou.
O reitor solicitou ao governo auxílio na ampliação dos programas de inclusão nas universidades, aprimorando as políticas de permanência estudantil.
“Os nossos programas de inclusão e permanência na Unicamp já estão bastante consolidados, mas gostaríamos de parceria nisso, porque ela (a política) ainda é insuficiente. Em função da crise econômica, tivemos perda de alunos. Queremos ampliar esses programas, mas solicitando ao governo federal apoio nas iniciativas de permanência — o que poderia viabilizar plenamente as políticas de inclusão”, afirma.
No ano passado, a Unicamp investiu R$ 101 milhões para os programas de inclusão e permanência. Em 2023, o valor subiu para R$ 112 milhões.
Saúde
Na saúde, o reitor e a superintendente do Hospital das Clínicas sugeriram ações para a regulação da prestação dos serviços de atendimento público na região.
“Queremos contribuir para melhorar a organização do atendimento à saúde nas regiões atendidas pelo HC — neste caso, os DRSs (Departamentos Regionais de Saúde) 7, 10 e 14. A área de saúde da Unicamp pode ser aquela que auxilia a pensar a saúde pública em toda a região”, acredita o reitor.
Meirelles lembrou ainda que o Ministério da Saúde está em articulação com os governos estaduais para a implantação de um programa de redução das filas de cirurgias eletivas, mas informou que o Ministério quer, a partir desta primeira iniciativa, formar uma base de ações estruturantes para evitar que o fenômeno das longas filas volte a se formar. “E é possível que essa iniciativa e as ações estruturantes subsequentes sejam lançadas num evento na Unicamp”, disse o reitor.
CIENCIA E TECNOLOGIA
O reitor apresentou à ministra da Ciência &Tecnologia, Luciana Santos, uma série de pesquisas desenvolvidas na Unicamp.
Lembrou o papel da Unicamp na pesquisa em ciência básica e destacou a contribuição da Universidade no consórcio associado ao DUNE (Deep Underground Neutrino Experiment) — um consórcio internacional que investiga propriedades fundamentais dos neutrinos, partículas leptônicas que podem ter um papel importante para a resolução de questões em aberto no ramo da física de partículas. A Unicamp coordena a equipe brasileira que integra o consórcio.
“Mostramos a ela a importância da Unicamp na agenda da Inovação — o Parque Tecnológico, a Incubadora, a Inova e o HIDS, o Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável. Este último está sendo instalado na forma de um distrito inteligente e envolve mais de uma dezena de instituições, algumas das quais, como o CNPEM, ligadas ao governo federal. Destaquei que será muito importante, particularmente no caso desta última iniciativa, uma parceria ativa com o Ministério da Ciência e Tecnologia”, disse o reitor.
“Além disso, apresentamos à ministra nossa iniciativa recente de discutir uma política de empreendedorismo social, para auxiliar grupos vulneráveis e pequenas empresas”, acrescentou.
Relações Institucionais
O reitor e a superintendente do HC também se encontraram com o ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha. O ministro tem uma ligação histórica com a Universidade, onde se formou médico infectologista, fez doutorado e lecionou como professor colaborador das disciplinas do mestrado profissional do Departamento de Saúde Coletiva.
“Achamos que seria importante ter uma reunião com o ministro, porque ele pode ser um elo da Unicamp com os vários ministérios. Estivemos com quatro ministros, mas queremos parcerias em muitos outros — como no que trata de Povos Originários, de Direitos Humanos, no Ministério dos Esportes, na Cultura, Defesa, Agricultura e muitos outros”, explicou. “Queremos estabelecer relações próximas e colaborativas com os vários ministérios”, finalizou.